quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O piloto automático tem que sumir

Foto: Marcio Trevisan
Um dia depois do outro e não se pode dizer que está tudo igual, porque na verdade está tudo pior. Não importa os acontecimentos, mas o cansaço, a falta de paciência, de vontade prevalecem. O stress em alto nível é capaz de contaminar até as tentativas de desestressar.

A coisa toda foi embolando e ficou desse tamanho não se sabe porquê. Quando tudo isso começou? Afinal, nenhuma catástrofe está acontecendo: ninguém morreu, ninguém casou, nem foi demitido. Pior, se algo assim estiver em pauta.

É o dia-a-dia e suas insatisfações. Parece que todos os valores estão invertidos: uma mosca virou um tiranossauro, rex ainda por cima. Eventos festivos transformados num fardo social enfadonho.

Os filhos? Ih, os filhos. O trabalho? Ah, o trabalho. O relacionamento? - Ah! o relacionamento!  Com qual dos dois se deve acabar primeiro para, pelo menos, aliviar toda esta carga? Como tudo está pesado! Como tudo está errado e fora do lugar!

Tem tempo que é assim. Nós deixamos chegar a esse ponto! Eu já deixei e muitas vezes! Para cada um, a pressão normal do dia-a-dia pode exercer impactos diferentes na saúde e até no rumo que damos à própria vida. Temos ímpetos - ou às vezes chegamos mesmo a virar tudo de ponta cabeça na ilusão de conseguir ser leve de novo!

Dá uma vontade de fugir!

Uma dica só para quando se sentir nesta tremenda enrascada. Desligue o piloto automático e se perceba.

Garanto que há muito tempo você está ausente de si mesmo. Não entendeu? Daquele jeito: o filho e o marido (ou a esposa) começam a falar e você mal ouve as duas primeiras palavras. No trabalho, o esforço para se concentrar consome uma overdose de energia que você nem tem - então mais cansado, as decisóes e tarefas ficam difíceis, seu padrão de qualidade e a produtividade, ameaçados. Com medo, mais energia para compensar.

Sem ânimo, nào dá para distrair-se com amigos e curtir festas e viagens. O pensamento embaralha. Você está quase robotizado. Reconhecer o que sente em relação aos fatos, com sabedoria e discernimento, é impossível. 

Você não está mais aqui. Seu pensamento está sempre no passado, que precisa ser totalmente corrigido ou no futuro que não merce nenhuma confiança.

Então, concentre-se só nisso. Desligue o piloto automático e se perceba. Volte para você. Esteja presente, no presente, em cada momentinho do seu dia. Ouça, veja e sinta de verdade cada coisinha que acontecer, não importa o quê - se bom ou ruim, se alegre ou triste. Faça e faça. Perceba quando não conseguiu, insista. Volte. Treine, treine e treine, até ser assim de novo! Só seja presente. Ejete o piloto automático da sua vida. 

Faça só isso e me diga se funciona. Pra mim está dando certo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Conhecer-se é preciso

Fui um bebê chorão, fofo e alérgico. Evolui para uma criança, compreensiva, obediente e calada, que continuou batatona. Daí, para uma menina extremamente tímida. Tímida de ficar roxa diante da menor possibilidade de qualquer atenção recair sobre a minha figura quieta e cordata.

Foi assim até a pós adolescência, no inícío da faculdade. Julguei que esse negócio de timidez seria um atraso na minha vida. E como resolvi a situação? Fácil! Criei um personagem de mim mesmo, sem a timidez. 

Esta foi uma opção consciente para um problema concreto. Eu não gostava de ser tímida, me recusei a isso e, para variar, adotei a solução que me pareceu  mais rápida. (Com o passar dos anos, a ansiedade se tornaria um seríssimo problema na minha vida - mas isso fica para outra postagem).

A solução cênica, na minha opinião, não deu errado. Acho que com o passar do tempo assumi o personagem e me tornei mesmo uma pessoa extrovertida. Mas ainda considero o processo esquisito. Racional ao extremo!

Foto: Marcio Trevisan
O fato é que precisamos saber quem e como somos, como ponto de partida para tudo na vida. Com flexibilidade para possibilitar o amadurecimento, devemos reconhecer - a todo o tempo - o que gostamos, queremos, o que almejamos, consideramos importante, o que valorizamos, o que não queremos e não permitimos.

No início da Amigoterapia, diagnosticar que havia me distanciado perigosamente do que me identificava como indivíduo foi muito difícil. Na realidade, acho que ainda não conclui totalmente esta fase. Será que ela acaba?? Esta fica para o super Juneca, meu filosofoterapeuta responder...

Aprender sobre a importância desses parâmetros a ponto de concentrar boa parte dos meus esforços neste resgate foi um precioso ponto de partida. Sem método, sem linha - apenas a vontade de se redescobrir, com o apoio de amigos. É muito gostoso isso! Também dói, às vezes.

Como se faz? Eu comecei assim: qualquer acontecimento - principalmente os ruins, que me traziam raiva, tristeza ou outra emoção negativa, era matéria-prima para eu debruçar meu olhar sobre mim mesma com o objetivo único de identificar como verda-dei-ra-men-te eu me sentia. É uma tarefa difícil, acredite!

Nesta análise, desprezar por completo a opinião, o sentimento ou qualquer outra coisa relacionada ao outro, para focar exclusivamente toda a atenção em si próprio. Primeiro, só para se reconhecer - do jeito que acontecesse, com o comportamento que rolasse! Sem auto-julgamento, nem compaixão; comiseração ou, muito menos punição. Observar-se. Observar-se e reconhecer-se, com carinho - mas sem dó, nem piedade.

Acho que dá certo, para começar.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Você escolhe o tema

Nem bem o Amigoterapia Blogger começou e pintam coisas inusitadas. Lembranças provocantes. E agora, vamos partir para uma regressão virtual? 

Sem limites para onde devemos chegar… Mas lembrei-me e daí (?) da minha segunda professora. 

Sou do tempo do grupo primário. Uma professora no primeiro ano e outra até o fim. Esta segunda e última tinha um método bem peculiar de ensino. A turma que iniciava com ela era recém alfabetizada. E tome-lhe tarefa desde já: sempre uma redação e mais qualquer coisa. Multiplicação e redação; soma e redação; ciências e redação.  Todo dia! A mulher tinha que ser muito criativa para arranjar tantos temas. 


Ruínas de Massadas, quarto do Imperador, Israel
Foto: Marcio D. Trevisan 
Foi por isso que lembrei dela!! Se ela estivesse por aqui, poderia me dar a dica. "Escreve sobre isso!!" E daí rolava igual carta encomendada para o namorado da minha irmã. As palavras não salvaram o romance, mas ficaram no coração do moço para serem comentadas anos depois em encontro casual, com ela - só para esclarecer. 


Será que nada disso tem a ver com a Amigoterapia? Tem sim. Alguma coisa sempre há de ter. As vezes a gente sabe o que fazer, como fazer, mas sem o rumo, o comando, a dica, não se faz nada. Dá uma preguiça, um medo, uma falta de vontade, uma insegurança, uma falta de tempo, de apoio… um sei lá!


E depois, vem as conseqüências. As consequências e as lamentações. Todas muito bem justificadas, sem dúvida. As coisas não são do jeito que se gostaria que fossem! Poxa, o mundo é realmente uma bosta! E está todo mundo errado! Está difícil! Eu não dou conta!


Escolher é um poder que eu tenho. Para melhorar a situação, no meu caso pessoal, (lembra, eu já me resolvi em relação a fé) ainda acredito que é um poder que vem de Deus - aquele Deus, soberano, criador de todas as coisas, que pode ser carinhosamente chamado de amor, gosta mesmo que eu o chame de pai e é tão presente que mora dentro de mim.  Pois é, se o poder que eu posso desfrutar vem dele… É muito poder!! E sim! Eu escolho o tema e também escrevo a redação - do jeito que eu quiser. 


Poder você tem. É assim que é? Escolha o tema!


Valeu Dona Maria Ivone!! Grande professoraterapia!!



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Lançado e inaugurado

Os encontros de 2011 começam nesta semana!! Mas aqui está o AmigoterapiaMT lançado e inaugurado, com avant premiere para os  chegados. 

Conheça e venha comigo!


Foto: Talles Andrioli
 E a partir daqui, venham os amigos dos amigos, os amigos dos amigos dos amigos... e os amigos...

Amigoterapia! É isso!