quinta-feira, 17 de março de 2011

O ofensor não pede perdão, e agora?

Sempre vale muito a pena pensar sobre o perdão, com o objetivo de exercê-lo incondicionalmente. O perdão, para mim, é a base de todo relacionamento. A maneira como estão nossas relações tem ligação importante com a nossa capacidade de perdoar.

Devemos perdoar qualquer ofensa e qualquer ofensor. Mas quando somos nós o ofendido e o ofensor não está nem aí?  Esta é uma situação bastante comum e muito difícil. Muitas vezes as pessoas não querem pedir perdão por covardia ou orgulho. Em alguns casos, a ofensa pode ser gigantesca para o ofendido, mas o ofensor nem a reconhece como uma falta contra alguém. Muitas pessoas são terrivelmente irresponsáveis e egoístas para perceberem ou assumirem tais falhas.

É uma situação muito dolorosa para o ofendido, que requer uma overdose de desprendimento e humildade. Não haverá o reconhecimento da ofensa pelo ofensor – o que aumenta o ressentimento e mesmo assim deve-se perdoar. Como fazê-lo?

A única forma de perdoar nesta hipótese é em oração. Neste caso, o ofendido perdoa o ofensor por não reconhecer a ofensa, em primeiro lugar.  Reconheça para Deus o quanto se sente ferido, peça a força do Espírito Santo de Deus e proclame o seu perdão. 

É um imensurável exercício de fé. Primeiro pela obediência a Deus, cumprindo um ensinamento de Cristo. Depois porque temos que acreditar na força do Espírito Santo para agir na sua vida e na da pessoa que te ofendeu.

Um exemplo. A mãe do meu segundo marido saiu de casa quando ele tinha apenas seis anos. Os dois irmãos eram mais novos, o caçula apenas um bebê. Com seis anos, o meu ex-marido escondeu-se no porta malas do carro do pai para evitar a despedida. Não teve notícias até os 27 anos, quando a própria mãe ligou em casa a procura dele.  O encontro pessoal aconteceu dias depois como se apenas o tempo tivesse passado depressa demais. O pai e a filha do meio já haviam falecido.

A mãe não confessou aos filhos sobre as causas que geraram a separação, muito menos dos conseqüentes ao abandono. Nenhuma explicação, nenhum pedido ou concessão de perdão. Os filhos também não expressaram os sentimentos de perda, de raiva, insegurança.  Meses depois deste reencontro, os três separaram-se novamente. Não havia nenhuma condição para o relacionamento ser reconstruído.

Um segundo exemplo. Uma amiga, aos dez anos, fora abandonada pela mãe que decidiu sair do seu casamento levando apenas a filha mais nova. Minha amiga sentia-se duplamente rejeitada, já que a mãe escolheu a irmã e não ela.

Esta amiga, já adulta, vivia muitos problemas decorrentes deste abandono. A mãe voltara a viver no mesmo bairro dela, com mais um filho e tinha o apoio, inclusive financeiro da minha amiga para honrar suas principais necessidades. Entretanto, o perdão não rolou até que a filha identificasse que a mãe não se sentia em falta com ela.

Enquanto minha amiga, a cada crise, repetia para si mesma: “eu nunca a perdoarei”, a mãe dela seguia a vida sem se dar conta que “precisava” pedir perdão à filha, porque simplesmente não precisava.  Muito provavelmente na cabeça dela, abandonar a filha com o pai era um direito que ela poderia exercer e os sentimentos da filha que ficou não foram valorizados.

O pedido de perdão pode jamais acontecer, mas mesmo assim, diante de Deus, a filha perdoou a mãe. Pediu a Deus que o Espírito Santo agisse na vida das duas, livrando-as de todo sentimento de culpa e de irresponsabilidade.
Como resultado, a moça colheu libertação dos ressentimentos, da tristeza e a reconstrução em bases sinceras de todos os seus relacionamentos familiares - com a mãe, o pai (do qual nunca se afastou) e os irmãos.

Lindo demais! Perdoar e amar, sempre, todo dia, toda hora. 7x 7 vezes por dia, conforme contabilizou Cristo. Funciona. 

3 comentários:

  1. Excelente postagem!
    O perdão é essencial na nossa vida e no bem estar de cada um. A nossa respiração depende de um coração tranquilo, pacífico e iluminado sem rancores e mágoas.
    Gostaria de lhe convidar para conhecer meu blog O mundo dos Eus e também para comentar a postagem que mais lhe agrada!
    www.omundodoseus.blogspot.com

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  2. Boa tarde Dr. Alberto!
    Vivo um grande tormento a mais de dez anos com meu marido.
    Não consigo perdoá-lo. Mas só agora entendo o motivo. Na verdade por mais que ele tenha me magoado, ele sempre negou a traição. Mas a mais de um ano, consegui gravar às escondidas, a confissão dessa traição com os detalhes mais sórdidos possíveis.
    Só agora entendo que não consigo perdoar . É pq na verdade ele nunca me pediu perdão.
    Isso tem me matado aos poucos. Passo horas de minha vida, assistindo palestras e vídeos sobre o perdão, na tentativa de aprender a perdoar.
    O que devo fazer.

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    1. fassa uma carta a Deus Constancia a perdir o perdao ao ser do seu marido. Voce vai conseguir. Deus e' grande e vai ajuda-la.

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