Marcio Trevisan |
Tenho dois filhos pequenos, quero ter mais um, sou separada e conheço um divorciado com uma filha e um ex-casamento mais complicado do que o meu. Porque quero ter uma familía, unida e harmoniosa - com a filha dele, os meus e o que ainda vamos ter, lanço-me na armadilha de assumir o controle e a responsabilidade sobre todos estes relacionamentos como se pudesse evitar conflitos e fosse capaz por mim mesma de resolver tudo e decidir qualquer coisa no lugar de quem quer que fosse.
Ficou pesado por que? Porque quiz ser mãe da minha enteada, assumi o papel também do pai dela. E mais: (diria o vendedor das facas Guinzo) intermediei - não - me impus (com a aprovação de todos, é claro) como o elo entre ele e a ex. Fui demais - de besta! Me cansei e é claro me dei muito mal.
Gastava uma energia tremenda para atrapalhar Deus. Impedia meu marido de se resolver, do jeito dele e daí (?) com a ex; de encontrar um modo de ser um pai presente na vida de uma filha que não poderia viver com ele.
E depois de achar que tudo seria bom se fosse do meu jeito - porque eu decidia tudo, encontrei-me com a face mais dura desta realidade, nos papéis que eram realmente meus - o de esposa, de mãe dos meus filhos e de madastra da minha enteada - eu deixei quase tudo a desejar. Pesou e muito.
Tudo estava fora do lugar. Mas bastou que eu voltasse aos meus papéis para que tudo se reposicionasse. Algum tempo e esforço para me perceber, coragem para encarar estes desvios e, principalmente uma overdose de confiança no amor foram ingredientes indispensáveis.
No dia-a-dia, no caminho de mudança, muitas vezes não sabia como agir, como me posicionar, o que falar. Nestas horas, não falava, não me posicionava, não agia. Com o tempo aprendi a me perguntar antes de reagir: "qual é o meu papel nesta situação?" E então, respondia levando em conta qual seria minha melhor maneira de desempenhar este papel. E se o meu interlocutor ainda não era capaz de identificar a diferença entre uma simples opinião e uma determinação minha, simplesmente me calava, apoiando-o apenas.
Quando nos reposicionamos com opiniões diferentes do que as pessoas a nossa volta estão habituadas, desacamodamos tudo. É incrível, mas a tendência ao comodismo, mesmo em cenários ruins é quase imperativa. É preciso ter força de vontade para viver relacionamentos saudáveis. Mas vale a pena. Leveza, visão e felicidade estão entre as recompensas. Mas o melhor de tudo é a incrível sensação de estar vivendo a verdade e de verdade!
Está pesado? Você está fazendo a tarefa de quem? E enquanto você faz a dos outros, quem está fazendo a sua? Responda. Conheceis a verdade e a verdade vos libertará. Confia. Funciona.
Regina, talvez muito antes de voce perceber essa verdade, voce me fez ve-la. Foi num dia em que eu nao estava muito bem, na PP, e voce foi, depois do expediente, ateh a minha casa e orou comigo e com meu pai. Me disse para nao me sentir responsavel, a ponto de tomar as redeas da vida dos outros, e que aquelas pessoas nem se importavam, nem tinham conhecimento de que eu sofria tanto por causa disso. Tudo porque eu estava fazendo a tarefa delas. Eu comecei a perceber a vida e a nossa relacao de maneira diferente e um peso enorme saiu das minhas costas. Depois de tantos anos nosso relacionamento ainda nao eh 100%, mas melhorou muuitíssimo. Pode ateh ser pq eu esteja longe mas nao me sinto sobrecarregada e sei que cada um tem que cumprir o seu papel nessa vida para que tudo possa fluir da melhor maneira possivel.
ResponderExcluirMuito obrigada por ter dispensado seu tempo para ir na minha casa naquela noite e orar conosco. Muito obrigada pra sempre!!!!
Abracos fraternos!
Olá Regina!
ResponderExcluirExcelente exposição e reflexão!
Fique com Deus.
“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
Convido-te para que leia “Hóstia sagrada e água benta” e comente no http://jefhcardoso.blogspot.com