sexta-feira, 15 de julho de 2011

Abri uma conta para o diabo

Foto: Talles Andrioli
Pra mim, o diabo tem menos função, a cada dia. Seus discípulos humanos estão por aí, praticando maldades por conta própria, sem precisar de um deus do mal para lhes enviar a agenda de tarefas do dia. Talvez isso ocorra, porque estas pessoas permitiram uma over, mega, top, plus, power dose de inspiração maligna ao longo do tempo.

Como uma casa que nunca é limpa. Um pensamento ruinzinho aqui, uma experienciazinha maléfica ali, bem pequenininha, um sofrimento para ser justificado, tudo distorcido e aumentando em importância. Dali a pouco, a sujeira se acumulada e não só encobre tudo o que era limpo, mas gruda de um jeito que incrusta, entope, destrói.

Quando uma pessoa chega neste ponto, imagino eu, que o diabo fica só curtindo, sem tanto trabalho a executar. Também acho que o diabo não gosta de trabalhar. Bom, pelo menos faxina, com certeza, detesta.

As pessoas que tentam manter a casa limpa, obviamente recorrem a Deus porque a tarefa, decididamente não é para humanos. É certo. Deus, me perdoa! Deus, me ajude. Deus, me socorre. Deus, me ensina. Deus me capacita. Realmente, Deus tem muito trabalho.

Mas a coisa complica quando duas pessoas convivem. Nem precisa ser uma convivência sob o mesmo teto. Há um exercício sem fim, um estica e puxa, um vai e volta, um cede e avança, normal e salutar nesta experiência. Que são todas! Claro, porque até duas pessoas que gostam de casa limpa, ainda vão discordar de como, quando e o quanto limpá-la. E se uma gosta de casa limpa e outra não se incomoda com a bagunça é muito, mas muito mais complicado.

Bem, fiquemos na primeira hipótese.

Vou na minha toada: vivo, sinto, percebo, amo, perdôo e me perdôo  – sete vezes sete vezes por dia como ensinou Jesus Cristo, e sigo em frente. Até que a divergência entre nós (perdoe-me, mas desta vez, não identificarei meu coadjuvante) falou mais alto. E muito. Explicações dadas, argumentações, justificações. Dias passados e mais conversas, reflexões e explanações.

Reflito com meus botões que o caso precisa de tempo para ser resolvido. É necessário constatar, de fato, resultados concretos para se perceber a razão, a evolução, a melhoria – ou não, a piora. Espero e me aquieto, com mansidão (sem provocação). O patner  avança na reação e me ataca pessoalmente. De cara, já sei que não posso deixar de ouvir – já que não sou surda, mas não vou acreditar nas suas declarações pejorativas. Lanço mão, imediatamente, do aprendido na aulinha do perdão.

Mantenho o foco na situação e não respondo as provocações. Questiono-me e decido: não desistirei. Eu quero este relacionamento firme, saudável, verdadeiro. Renovo minhas energias: o problema será resolvido, esta crise vai passar.

Permita-me um parêntese, neste ponto: você está ou não está me considerando uma verdadeira santa até aqui? Ok, obrigado.

Mas daí, a criatura recrudesce e eleva o nível dos seus ataques.  Neste momento, em que me vi sem saída, quase joguei a toalha e mandei a santidade aos ares. Mas daí, uma inspiração! Não tive dúvidas: abri uma conta para o diabo.

A cada ataque, ouvi, senti e perdoei, mas pedi a Deus que fizesse a seguinte consideração: - Senhor, o que esta pessoa fala não é verdade. Não é verdade sequer sobre o que ela mesma pensa ou sente. Tudo isso, vem do diabo, que fala pela boca dessa pessoa para me atingir e destruir este relacionamento! Deus, coloca tudo isso na conta do diabo.

Ah! Um alívio tremendo por mais algum tempo. A cada blasfêmia, eu fazia com fervor a minha oração, mentalmente.

Tudo ficou melhor, mas aconteceu que, com mais tempo, a conta que eu abri para o diabo ficou imensa. E, finalmente não aguentei mais.  Na última vez que fui atacada, devolvi sem pestanejar: - Tudo o que você tem me feito e falado para me agredir, tenho colocado na conta do diabo. Não quero nem ver o que vai acontecer quando ele resolver cobrar!


Graças a Deus, esta declaração ecoou fundo e instantaneamente na mente dessa pessoa, que também tem fé. Funcionou como um choque de consciência!

E durante o transcurso da conta do diabo, a situação também mudou. Quando dei por encerrada a conta e a pessoa parou de reclamar, questionar e blasfemar, os frutos das mudanças implementadas e que causaram a divergência começaram a aparecer de forma concreta. Cada um pode constatar os resultados positivos e negativos. Pudemos melhorar ainda mais. De vez em quando ainda uma farpinha, mas respondo conforme me ocorre no momento.

Considero que não se pode brincar com o diabo. Deus é bem humorado, mas também nào está pra brincadeiras. Por favor, peço penhoradamente que esta experiência não seja reproduzida em casa, principalmente por menores de idade e pessoas que ainda não tenham um bom grau de intimidade com o Criador. Cuidado, hein!! Quem ainda não conhece Deus, não deve mexer com o diabo. Diaboterapia – nem pensar ! !


2 comentários:

  1. Desculpe Re, mas no finalzinho de toda essa reflexão extremamente show de bola não pude deixar de rir um pouco, pois DIABOTERAPIA e cruel mesmo... Infelizmente sem perceber fazemos isso as vezes ou sempre o exemplo da casa limpa mesmo sendo a casa (alma e carne) ou a casa, casa por mais simples que pareça uma casa limpa faz toda a diferença em nossas vidas não e fácil manter as coisas organizadas e limpas em nós... Mas não é só sobre isso meu comentário... Linda gosto muito de suas historias de seus exemplos e como disse já me ajudaram em algumas ocasiões que pude falar a ti pessoalmente... Continue nos dando essa desmistificação de não termos os mesmos problemas que os outros e com essas soluções que realmente só Deus e nossa perseverança podem nos dar...

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  2. Choques de consciência são constantemente necessários....e como surtem efeito!! Sugiro novos posts com mais variações de choques de consciência...rsrs.

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